terça-feira, 18 de junho de 2013

SA

Estratégias de Leitura
Sequencia de atividades Texto: “MEU PRIMEIRO BEIJO” ANTONIO BARRETO
PÚBLICO ALVO: 8° Ano
Objetivo: Desenvolver as capacidades de leitura, ampliar, mobilizar estratégias para explorar o texto de varias formas.
Duração: 5 aulas
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo. Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

1-Resgate do contexto de produção
Apresentar o livro: “Balada do primeiro beijo”, com algumas imagens.

 (Rodim)
 (Klimt)
 Esclarecimentos pelo professor quanto a linguagem utilizada pelo autor, estilo, esclarecimentos sobre o gênero usado que é romance e o foco narrativo.
2. Ativar os conhecimentos prévios e relatos de experiências
Questões sobre o que acham do titulo? E sobre as imagens se não são imagens que impressionam? Se ela é sugestiva? Se esta tipo de imagem esta de acordo com esse público?
Perguntar a eles lembram-se do primeiro beijo e quem os deu?
3-Levantamento das hipóteses
Leitura completa do texto
Quem deu o primeiro beijo? A mamãe? Ou a namoradinha (o)?
Esse tema Primeiro Beijo nos remete a muitas imaginações, sonhos, pensamentos românticos?
4. Localizar informações e comparações no texto
Na frase: “Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível”!
Em quem a personagem pensou?
Personagem faz algumas alusões a outras disciplinas, quais?
5 - Inferências locais e globais
Qual motivo de garota chama-lo de “Cultura Inútil”?
O uso do pronome “Nisso”,esclarecimentos.
“Por que a personagem questiona: tínhamos transposto juntos, o abismo do primeiro beijo”?
6 - Relações de Intertextualidade
Questionar os alunos se conhecem outro texto que possa dialogar com este?
Informa-los dos textos: “Meu Primeiro beijo”de Walcyr Carrasco, “O primeiro beijo”de Clarice Lispector
7- Outras linguagens
 Apresentar novamente as imagens, de Rodim  “O beijo”, e o quadro de Klimt.
Apresentar cenas do filme:
A Dama e o Vagabundo.
Filme: My Girl ( Meu primeiro amor)
Filme:“Nunca fui Beijada”,norte americano 99, comedia romântica dirigida por Raja Gosnell
Poema
“SEM SAÍDA”
E agora, o que faço?
Fujo, tremo, desmaio?
Encaro o meu amor,
Ponto final, reticências ou traço,
Fico ou saio?
(Ulisses Tavares)
Fizemos os comentários desse poema antes da leitura do texto, para comparamos a situação dentro do ônibus com questões: e agora beijo ou não estamos pertos na frase: “E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante”.Conduzir os alunos a pensar como reagimos quando estamos em certas situações que geram muitas emoções.
Depois da leitura
Parceira com professores de  Ciências: com temas o risco trazidos pelo beijo,saliva.
Historia: Beijo em outras culturas é entendido como?
Arte: apresentar pinturas e esculturas do tema beijo
Língua Portuguesa: trazer outros textos com mesmo tema.
Reescrita do final do texto.
Ficou subentendido que não continuaram juntos ou foi somente um beijo?


quarta-feira, 5 de junho de 2013

DEPOIMENTOS

NEUSA PEREIRA DE ANDRADE
     Parece que foi ontem: aquela mão quente e macia, de minha jovem mãe, segurava a minha, tão miúda, tão impaciente  com dedos rígidos tentando envolver uma velha caneta que  teimava em fugir deles. Primeiro, foram as vogais. Ah! Como prazeroso aprender a letra A. Confesso que tive trabalho, saiu toda trêmula. Era a primeira do "Abece", como dizia meu pai. E era também a primeira do nome dele: Antônio. E quando aprendi todas as vogais, já havia memorizado a escrita do nome de meu pai, de minha mãe e o meu. Não me cansava de escrevê-los, em toda superfície estava eu lá juntando letras, sílabas, formando palavras: eu tinha um desejo enorme de aprender. Não havia folhas disponíveis, apenas alguns livros religiosos e documentos que eram escondidos porque eu escrevia em tudo: nos troncos das árvores, nas paredes, nas poltronas. Quando não encontrava lápis, os pedaços de carvão do velho fogão à lenha eram meu giz e as paredes branquinhas da varanda logo mudavam de cor, assim como o rosto de minha mãe, furiosa comigo. Ali, eu deixava minhas primeiras demonstrações de escrita. Aos 8 anos, as mãos de Alzira  conduziram-me, pacientemente, de abelha a zabumba através de linhas pontilhada da cartilha "Caminho Suave". Janelas se abriram diante de meus olhos ingênuos de menina da fazenda: de rádio de pilhas enormes e músicas de viola, para TV em preto e branco que coloriu minhas tarde com o inesquecível Sítio do Pica Pau Amarelo. Então, a partir das 17 horas eu não escrevia. Fixava os olhos na tela, imóvel no velho sofá de vovó e não piscava para não perder nenhuma cena com a turma. O programa preenchia o meu mundo vazio de fantasias e tornou-se a minha referência de leitura audiovisual. E por inúmeras vezes, senti-me Narizinho e até Emília, no sítio de minha vovó, que não era Benta, mas abençoada e nos abençoava também.
No "ginásio"  Conceição ( de Língua Portuguesa) propôs que lêssemos "A Ilha Perdida". Viajei para um mundo de fantasias no universo das palavras escritas. Desta vez o sitio era do padrinho Eduardo e Henrique. E ano após ano, nunca mais parei de ler. Em 2006, impossibilitada de lecionar, "devorei" 44 livros.  Já li de tudo: Da Biblía a gibis. Mas o que mais agradou-me foi Médico de homens e de almas, de Taylor Caldwel, onde a autora retrata a vida de São Lucas.
Em 2012, meus alunos de sexto ano, da cidade de Marília, foram semifinalistas das Olímpiadas de Língua Portuguesa, categoria Poema, ficando entre os 38 melhores do Brasil numa participação de 3 milhões de alunos.
Neste ano de 2013, leio para meus alunos e leio com eles, todos os dias. Penso que leitura e escrita devem estar entrelaçadas, uma não existe sem a outra.
Acredito que uma nação se faz com homens, mulheres e crianças, todos leitores de livros impressos digitais, virtuais...
Palavras abrem apetite e a leitura sacia mentes famintas de conhecimento.
 
SANDRA FELIPE COMPARONI
Minha experiência leitora, deu-se concretamente na escola. Lembro-me quando aprendi as minhas primeiras sílabas, a juntá-las formando palavras eu vibrava e saía da escola buscando toda forma de escrita para ler. Sentia-me vencedora, realizada quando lia o nome das ruas, das placas, o nome dos estabelecimentos comerciais até ter os primeiros contatos com os livros, foi um prazer irresistível.
Minha avó, como também meus primeiros professores foram importantíssimos nessa fase, sempre me incentivando e alimentando meus anseios. Minha avó contava-me muitas histórias, ensinava-me a ler a Bíblia e também líamos e cantávamos hinos. Meu primeiro livro foi Coração de Vidro de José Mauro de Vasconcelos, presente de minha professora no quarto ano primário, me deliciei com a leitura, me emocionei e me identifiquei com algumas situações das personagens: o passarinho, o peixinho, o cavalinho e uma mangueira. A partir daí não pude mais parar de ler.
 
SANDRA HELENA MIGUEL
Meu gosto pela leitura, aconteceu a príncipio por causa da escrita. Quando comecei as ser alfabetizada, tinha muitas dificuldades ortográficas, pois trocava as letras, por esse motivo a professora aconselhou-me a começar a ler para aperfeiçoar a escrita. Apesar das dificuldades financeiras, minha mãe, quando podia comprava alguns livros, o primeiro foi O patinho feio, nunca me esqueci, guardo-o até hoje. Também ganhei alguns contos infantis e como não era sempre que podia ter novos livros, lia e relia os mesmos muitas vezes. Na 5ª série tive uma experiência muito ruim com a leitura, pois naquele ano o professor de Português pediu para que a minha turma lesse o livro Iracema de José de Alencar, imaginem a situação, um livro de díficil leitura muitas vezes para adultos, indicado para crianças de 11 anos, fiquei traumatizada, achando que nunca mais leria um livro. Mas quando iniciei a 6ª série, mudei de professor e a nova professora indicou como leitura para o 1º semestre Clarissa de Érico Veríssimo, adorei a personagem e a história, tanto que quis conhecer outras obras do autor e apaixonei-me pela obra de Érico Veríssimo. No 2º semestre ainda li a A ilha perdida da coleção Vagalume, a partir desse ano nunca mais parei de ler. Hoje a leitura é para mim  lazer, prazer, informação e a possibiliade de viver o imaginário. Ao ler os depoimentos de leitura e escrita, gostei muito da fala de Contardo Calligaris, quando o autor diz que: "A literatura é o catálogo das vidas possíveis e impossíveis", também penso assim.
 
SANDRA RENATA DA SILVA SCHLEDORN
Recordo com alegria de quando ia à escola, mesmo ainda sem saber ler e gostava de ficar olhando as imagens da cartilha e quando aprendi a juntar as sílabas que alegria, maior presente, que meus pais me deram e sou muito grata e feliz por isso, amo ler, também a leitura torna-nos capazes de imaginar como queremos as cenas que são escrita nos livros e levanos para locais que talvez pessoalmente nunca iremos. Temos realmente uma literatura maravilhosa é necessário apenas começar é uma  pena que nossos alunos não tenham interesse por isso, alguns deles ainda se interessam, mais muitos não, porém nós podemos incentivá-los para que eles também comecem a gostar.
 
SIMONE PIRES
Usarei o texto Livro: a troca, de Lygia Bojunga Nunes, que traduz, perfeitamente, minha relação com a palavra escrita, tirando a parte de "fabricar tijolo" (presente no último parágrafo).
 
"Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida.
 
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede; deitado fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.
 
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras.
 
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação.
 
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu era só escolher e pronto, o livro me dava.
 
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra - em algum lugar -  uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar."
 
LIVRO: a troca, de Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga,
                                                                                                                                    2010.p.8-9




terça-feira, 4 de junho de 2013

Administradoras do Blog

Neusa Pereira de Andrade
Louveira - SP
 
Olá! Sou Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, nas cidades de Louveira e Jundiaí. Formada na Universidade de Marília, cidade onde nasci, morei e trabalhei até 2012. Leciono desde l995 e gosto muito da minha profissão, e embora eu também seja artista plástica, não me vejo fora da sala de aula. Adoro ler, leio livros de vários gêneros, já atingi um total de 44 livros lidos num ano. Meu livro preferido é Médico de Homens e de Almas. Ao longo destes anos, trabalhei com vários projetos propostos e os criados por mim. Em 2009, na finalização do projeto Haikai, publicamos um livro: Experimentando Haikais. No ano de 2012, fui semifinalista da Olímpiada de Língua Portuguesa, na categoria Poema, com o título: Café com Biscoito de minha aluna Lais Bueno, representando a cidade de Marília. Adoro rock in rol, filmes de aventura e viajar. Meu sonho é conhecer a região onde Jesus viveu. Estou em Louveira por força das circunstâncias e pretendo permanecer por aqui.
 

Sandra Felipe Comparoni
Jundiaí - SP
 
Olá, sou professora da Rede Estadual de Ensino há vinte anos. Gosto de ler, ouvir música e assistir a filmes clássicos. Espero do curso poder aprimorar meus conhecimentos nessa linguagem, bem como desenvolvê-la no meu trabalho.
 

Sandra Helena Miguel
Jundiaí - SP
 
Olá, sou licenciada em Letras desde 1994, há 13 anos professora efetiva na mesma escola, na DE Jundiaí, conclui em Janeiro deste ano, o curso REDEFOR/UNICAMP. Dizer que gosto de ler seria redundante para uma professora de Língua Portuguesa, mas adoro ler desde os clássicos até os Best Sellers, não recuso uma boa leitura. Também gosto muito de música, principalmente MPB (Chico, Caetano, Djavan, Gil, Bethânia, Gal, Marisa Monte, Ana Carolina, Elis e tantos outros). Procuro estar sempre bem informada por isso sempre quando consigo participo de cursos de formação.
 

Sandra Renata Da Silva Schledorn
Jundiaí - SP
 
Olá, sou professora há cinco anos, na rede estadual, leciono Língua Inglesa e Sala de Leitura. Espero que o curso nos conduza a reflexão para trazer para a sala de aula o que realmente se faz necessário.
 
 
Simone Pires
Várzea Paulista - SP
Sou professora há cinco anos. Tornei-me efetiva em 2012, quando vim dar aulas em Várzea Paulista. Nas horas vagas gosto de assistir filmes e ler. Adoro viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes.

Sobre o blog

Este blog foi criado para pessoas que se deliciam com a leitura e com tudo o  que ela pode nos proporcionar. Sonhar, vivenciar, estudar, conhecer lugares, pessoas, culturas e hábitos...
 
Faz parte de um programa de formação à distância de educadores visando o uso deste mecanismo para o desenvolvimento das competências leitora e escritora nos anos finais do Ensino Fundamental.
 
O curso de  é formação é oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por meio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo "Paulo Renato Costa Souza", a  todos os professores, de Língua Portuguesa e Matemática, atuantes na rede pública estadual nos anos finais do Ensino Fundamental.
 
Entre! Saboreie imagens e palavras. E sacie sua fome de saber.